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quarta-feira, 11 de abril de 2012

GREVE DOS PROFESSORES: “NÃO SERÃO 15% OU 6% QUE VÃO MUDAR A HISTÓRIA DA CATEGORIA”


Professores da rede municipal de ensino fizeram passeata pela Avenida do Cinquentenário e ato público na Praça Adami, no centro de Itabuna, em protesto contra o Capitão Azevedo, que não havia mandado à Câmara de Vereadores projeto de reajuste linear pedido pela categoria. Depois de aguardar por mais de 2h30min no Plenário, às escuras e sob forte calor, os docentes decidiram sair do prédio do Legislativo. O projeto de reajuste escalonado para os níveis 2 e 3 foi enviado no início da noite à Câmara.
Em carro de som do movimento grevista, uma professora fazia discursos de protesto e cantava engraçados refrões contra os governantes. “É ou não é, piada de salão, dinheiro paga tudo, mas não paga a educação” entoavam grupo de professores acompanhado de palmas e muito barulho para chamar a atenção da população e do comércio para sua luta salarial. A seguir entrevista com a presidente do Sindicato Municipal do Magistério Público de Itabuna (Simpi), Carminha Oliveira.
PIMENTA – O prefeito não enviou o projeto à Câmara de Vereadores. A greve continua?
Carminha Oliveira – A greve continuará por tempo indeterminado. Tentamos de todas as formas negociar com o prefeito. A lei nos garante, no artigo 26 do Plano de Carreira, o direito à linearidade. Então, o prefeito também teria que repassar aos professores dos níveis II e III, que são os professores graduados e com especialização, o mesmo percentual do nível I, que foi 22,22%, que é o determinado pela lei do piso nacional.
A greve continua?
Continua, apesar de a lei eleitoral fixar prazo de 10 de abril para que o governo repasse apenas o percentual inflacionário, que foi de 6,5%. Os professores rejeitaram a proposta dos 15%, escalonados em duas vezes.
Isto não trará prejuízos à categoria, caso perca os 15% da contraproposta?
Não traz prejuízo porque já vivemos em prejuízo, historicamente, neste município, na Bahia e no Brasil. O professor passa por diversas dificuldades. Não serão 15% ou 6% que vão mudar a história da categoria. Exigimos eleições diretas, com direito de votar nos gestores escolares; pagamento em dia do vale-transporte e auxilio alimentação. Nada disso foi acatado pelo governo municipal, que ainda apresentou percentual irrisório em relação ao que categoria merece, que é a linearidade, os 22%.
O governo foi intransigente na negociação?
O canal se manteve aberto. Como o professor Gustavo disse que, em termos de orçamento, o governo não poderia de forma alguma dar valor acima disso… Então, o professor Gustavo declarou, infelizmente, o percentual máximo de 15%, o que rejeitamos. Rejeitamos porque o governo municipal tem que fazer, na verdade, uma estruturação administrativa de forma a promover choque de gestão, organizando aquela casa, a prefeitura de Itabuna, para que possa valorizar não só professores como todos os servidores públicos municipais.
O prefeito já vem se queimando com os professores desde o ano passado.
O governo se queimou com os professores?
O prefeito já vem se queimando com os professores desde o ano passado, quando foi aprovada a lei da eleição direta e ele prometeu que faria a lei nem que fosse por decreto. Nada foi feito e nem atendido. O mesmo se dá com o vale-transporte que o professor paga. Paga no seu contracheque e só recebe com atrasos.
Há expectativa de o prefeito ainda mandar à Câmara amanhã, dia 11, o projeto de reajuste?
O valor proposto pelo governo de 15%, que a categoria rejeita, terminantemente, infelizmente nesse valor não pode. Ele só dar hoje, por conta da lei eleitoral, o percentual de 6,5%. A categoria sabia disso, mas ainda assim, a categoria achou desrespeitoso o trato do Poder Executivo com as questões educacionais. O que a categoria quer é apenas aquilo que lhe é de direito, não pede nada fora da lei. Quer o que se mantém no Plano de Carreira, o direito à linearidade, o valor inicial da carreira dos 22,22%, do nível I seja dado também aos níveis II e III.

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