A Polícia Civil de Ilhéus continua as investigações do assassinato de Genilce Pereira dos Santos, 59, ex-secretária da Associação de Agricultores Familiares do Assentamento Frei Vantuy, na rodovia Ilhéus-Itabuna. O delegado Pedro Amorim disse ao PIMENTA que testemunhas e parentes da vítima já foram ouvidos.
O delegado não quis informar as linhas de investigação do inquérito policial, mas admitiu que as supostas fraudes na vendas de lotes no projeto de assentamento do Incra estão entre elas. A mulher foi encontrada morta, na quarta-feira, 18, com ferimentos na cabeça, dentro da casa onde morava com o filho no assentamento há 14 anos, mas estava sozinha quando foi atacada.
Uma marreta suja de sangue foi encontrada pela polícia no quintal da casa, o que aumentou as suspeitas de vingança. Um caderno com anotações foi apreendido dentro da casa da vítima, que era viúva. Algumas pessoas sabiam que a vítima sofria ameaças de morte por conta de sua atuação como dirigente da associação.
Genilce deixou o cargo de secretária da associação em janeiro, após ter feito denúncias de irregularidades no assentamento. O Incra estava ciente das ameaças de morte, da compra e venda de lotes e de pessoas com atividades fora do assentamento. Esses fatos estão sendo apurados em sindicância do próprio instituto.
A presidente da Associação dos Assentados, Maísa Fontana, disse que também teme pela própria vida. Ela também registrou queixas na polícia e fez denúncias ao Incra a respeito das irregularidades. 41 famílias estão assentadas no Frei Vantuy.
A superintendência baiana do Incra reconheceu que existem disputas entre dois grupos no assentamento. Em 22 de junho, equipe de supervisão ocupacional havia celebrado acordo de convivência pacífica.
Ainda nas ações do Incra, conforme nota divulgada pela superintendência, foram identificados problemas de convivência e conflitos, “intolerância religiosa, ocupação irregular de lotes de reforma agrária e disputa pela gestão do assentamento”.
