Quase 95% das cidades baianas não têm Corpo de Bombeiros, diz estudo

Um estudo do Instituto Movimenta Salvador apontou que a Bahia ocupa o penúltimo lugar entre os estados brasileiros com relação ao número de agentes do Corpo de Bombeiros.

Dos 417 municípios, 19 têm grupamentos do Corpo de Bombeiros, pouco mais de 5% do estado. Na região oeste do estado, a distância entre municípios e bombeiros chega aos 417 km de distância.

Segundo o Instituto, o estado tem um bombeiro para cada seis mil habitantes, quando o ideal da Organização das Nações Unidades (ONU) é que este número seja de um bombeiro para cada mil pessoas.

O grupamento de Juazeiro, no norte do estado, atende a 39 cidades. São 112 bombeiros e cinco viaturas para atender às ocorrências em cidades que chegam aos 300 km de distância. Segundo o Major José Silva Júnior, comandante do batalhão da cidade, atualmente é preciso "cerca de 60 homens, mais umas quatro viaturas e umas duas embarcações para a ter trnaquilidade de efetivo para atender à demanda".

Na região de Feira de Santana, a 100 km da capital, o grupamento conta com duas subunidades, em Alagoinhas e em Santo Antônio de Jesus. São 278 agentes para atender a 11 municípios do entorno. Para o tenente-coronel Manoel Antunes, "o efetivo atende a demanda das ocorrências de forma suficiente".

Na região sudoeste, Vitória da Conquista conta com um efetivo de 100 agentes, com seis viaturas para cobrir 52 municípios, com distâncias que chegam a 380 km. No caso de Barreiras, no oeste, o efetivo de 92 bombeiros conta com cinco viaturas para atender a 33 cidades, com distâncias que chegam aos 400 km. Em Itabuna, são 105 profisisonais e três carros para atender as 24 cidades da região sul.

"Nenhuma ocorrência deixa de ser atendida pela falta de viaturas. Agora, como são viaturas com certo tempo de utilização, às vezes apresenta defeito e uma ou outra tem que sair de operação. O ideal aqui é que tivéssemos cinco viaturas", explica o tenente-coornel Alan Kardec, comandante em Itabuna.

Para atender Salvador e região metropolitana, são 1.139 bombeiros. Na opinião de Aldo Almeida, diretor do Instituto Movimenta Salvador, a política de prevenção a sinistros deve ser prioridade. Segundo ele, o ideal seria que "os bombeiros visitem os prédios e estabelecimentos e detectem os fatores de risco, para que seja feito um laudo que garante que os fatores de risco estão sendo evitados". Segundo a Polícia Militar, mais de oito milhões estão sendo investidos em infraestrutura e equipamentos para a tropa dos bombeiros na capital e na região metropolitana.

Nessa quinta-feira (1º), especialistas de todo o país se encontram em Salvador para discutir as políticas públicas dos Bombeiros do estado. O evento, batizado de "Painel sobre Segurança Contra Incêndio", vai das 9h às 12h, na sede da Federação das Indústrias, no bairro do Stiep.