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sábado, 19 de maio de 2012

MULHER - Primeira consulta ao ginecologista



Nem faz tanto tempo assim que as mocinhas menstruavam mais tarde e iam pela primeira vez ao ginecologista, já casadas, depois que engravidavam. Antes disso, só consultavam um médico, na maior parte das vezes um clínico geral, velho amigo da família, se tivessem algum problema sério de saúde.
Atualmente, as meninas menstruam mais cedo e o início da vida sexual é mais precoce. Teoricamente, antes que isso aconteça, é o momento ideal para a primeira consulta ao ginecologista. O problema é que muitas mães têm medo de que levar a filha adolescente ao ginecologista possa representar um incentivo ao início de sua vida sexual. Puro engano! Quando a garota decide que chegou seu momento, com ou sem a aprovação materna, iniciará a vida sexual e é melhor que esteja informada e protegida contra doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez.
APARELHO GENITAL FEMININO
Drauzio – Você poderia dar uma noção a respeito dos órgãos genitais externos da mulher?
Mauro Sancovski – Acho importante que todas as mulheres,
especialmente as meninas que vão começar o ciclo menstrual, conheçam seu próprio corpo, tenham noção de sua anatomia.
Na imagem 1, estão representados os órgãos genitais externos.A extremidade inferior da vagina, ou introito vaginal, está localizada muito perto do meato uretral, orifício por onde sai a urina. A proximidade entre vagina e uretra explica a frequência da infecção urinária nas mulheres. Muitas vezes, entretanto, a dor não provém da infecção, mas de um corrimento vaginal que provoca irritação na uretra. Os grandes lábios constituem a parte mais externa e carnosa. Por dentro deles estão os pequenos lábios, delicadas pregas cutâneas e o clitóris e o monte de Vênus, uma região coberta por pelos.
Na imagem 2, aparece o hímen, uma membrana perfurada existente na entrada da vagina e que é normalmente rompida na primeira relação sexual. Existem vários tipos de hímen. Alguns são mais carnosos como esse. Por ser mais grossa a espessura da pele, no momento da ruptura pode haver um ligeiro sangramento e certo incômodo.
A imagem 3 deixa ver a entrada da vagina e outro tipo de hímen, dentro do qual existe uma pequena membrana. A imagem 4 registra o hímen fenestrado, que se caracteriza pela presença de vários buraquinhos por onde escapa o fluxo menstrual.
Quando começam a menstruar, em geral, as meninas querem saber se podem usar absorventes internos. Examinando o tipo de hímen, oginecologista poderá orientá-las. Se o hímen for mais aberto, mais complacente, a colocação desses absorventes não traz nenhum inconveniente, o que não acontece com os hímens fenestrados, por exemplo. No exame ginecológico, usando um espelho, o médico poderá mostrar-lhes o tipo de hímen que possuem e quais os cuidados que devem ser observados.
Na imagem 4, pode-se observar um caso em que já ocorreu a ruptura himenial e a entrada da vagina está mais livre.
COMBATE À INIBIÇÃO
Mauro Sancovski – Não só as meninas, mas muitas mulheres. É lógico que há mulheres que com um espelhinho descobrem coisas que, às vezes, passariam despercebidas até no exame ginecológico.
Tudo é uma questão de saber lidar com o próprio corpo e depende de como a menina foi criada. Se lhe ensinaram que mexer nos genitais é algo errado e pecaminoso, dificilmente terá naturalidade para tocá-los. Agora, se desde criança lhe disseram o contrário, ela usufruirá algumas vantagens. Primeiro, porque irá conhecer melhor seu organismo. Segundo, porque perderá o medo de colocar, por exemplo, um absorvente íntimo, um diafragma ou anéis hormonais, métodos de contracepção que implicam a necessidade de manipulação dos órgãos genitais. Além disso, sob o ponto de vista da sexualidade propriamente dita, é fundamental que ela perca esses medos todos.

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